Este relato de experiência pretende discutir a integração ensino-serviço-comunidade a partir da experiência de um grupo tutorial do PET Saúde. A demanda no trabalho em saúde transcende os fazeres de cada profissão e projeta a valorização da equipe, na qual o profissional mantém sua especificidade, mas valoriza o trabalho cooperativo nas ações direcionadas à população. Nesse cenário, entende-se como educação interprofissional o processo de aprendizagem que assegura experiências da realidade profissional de cunho interdisciplinar, visando preparar o futuro profissional para atender as demandas multifacetadas da comunidade e dos indivíduos. O PET Saúde/Interprofissionalidade se apresenta com objetivo de fortalecer a Educação Interprofissional nos cursos da área da saúde, bem como qualificar os processos de integração ensino-serviço-comunidade junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). A experiência de estudar de forma interprofissional tem ressignificado tanto o processo de formação quanto a atuação frente ao SUS desses profissionais. O subgrupo do PET Mulheres/LGBT trouxe para a realidade da formação acadêmica discussões sobre gênero, sexualidade, protagonismo de minorias e questionamentos sobre o papel de cada área da saúde para com a garantia dos direitos da mulher e população LGBT. A metodologia utilizada foi embasada no desenvolvimento de uma pesquisa documental e bibliográfica, na realização de visitas à unidade de saúde e de reuniões com todos os trabalhadores do serviço, visando realizar o levantamento das necessidades a fim de subsidiar a construção de um projeto de intervenção. Assim, de forma coletiva e participativa, foi formatado um curso sobre a questão de gênero (mulheres e LGBT), visando fortalecer a atuação interprofissional e em rede na atenção a esses públicos. Assinala-se que em virtude da emergência sanitária vivida no país, o curso ainda não foi efetivado, mas planeja-se implementá-lo tão logo as condições permitam. Por fim, frisamos que a experiência proporcionada pelo PET Saúde/Interprofissionalidade tem estimulado a prática de uma aprendizagem colaborativa, possibilitando superar barreiras organizacionais e culturais, além de nos permitir questionar estereótipos profissionais.