O Projeto “Entre Ruas e Escolas” surgiu após um evento sobre artes urbanas que ocorreu no Centro de Excelência em Turismo na Semana Universitária de 2019, nesta ocasião alunos do turismo, arquitetura e artes demonstraram o interesse em trabalhar com a comunidade externa visando a transformação das concepções preconceituosas sobre artes marginalizadas, vislumbrando um modo de construção cultural, social e pessoal, do ser e do espaço. Neste contexto, nasce o projeto de extensão tendo como objetivo apresentar o grafite, a poesia de resistência, e o hip hop como desenvolvedor do senso crítico e identitário local nas escolas públicas do Distrito Federal. Por serem formas contemporâneas de expressão originárias de periferias urbanas e que se encontram em rápida popularização, essas manifestações evidenciam diversas questões sociais e podem ser usadas para uma melhor análise da realidade do espaço urbano. Inicialmente, o projeto contaria com duas partes: a primeira abordaria o assunto de maneira acadêmica, buscando entendê-lo e demonstrar sua relevância, atuando principalmente no ambiente universitário; a segunda contaria com oficinas práticas em escolas públicas do DF. Com a pandemia do COVID-19 e as medidas de distanciamento social, que acarretaram no fechamento de escolas e universidades, a metodologia do projeto foi reestruturada. A primeira ação mudou, então, para a confecção de uma revista, de caráter informativo, cuja primeira edição tem como foco o graffiti no DF e entorno e sua relação com a cidade, as universidades e a legislação, trazendo também entrevistas com dois artistas da região. Ações futuras contam com outras possíveis edições da revista, além de oficinas e palestras, na medida em que ocorrer a reabertura de escolas e universidades. Como a primeira ação do projeto ainda está em andamento, não é possível medir resultados ou determinar conclusões finais de maneira concreta. Entretanto, é possível notar que, apesar das dificuldades encontradas, foi possível repensar alternativas de confecção de conteúdo que enriqueceram as discussões propostas originalmente. Tais contratempos também destacaram a importância de ferramentas de comunicação ao processo da construção identitária no imaginário individual.