SEMINÁRIO REGIONAL DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA REGIÃO CENTRO-OESTE-SEREX Ano: 2020 Edição: 11 ISSN: 9788-599880661
PROJETO ENERGIA DAS MULHERES DA TERRA: AÇÕES E PERSPECTIVAS EM GOIÁS
1Isadora de Paula Vieira Alencar,2Divina Aparecida Leonel Lunas,3Bruna Bittar Martins ,4Lucas Figueiredo Machado,5Gessyane Guimarães Ribeiro 1MESTRANDO,2DOCENTE,3COMUNIDADE EXTERNA,4COMUNIDADE EXTERNA,5COORDENADOR AUTOR isadoralencar@live.com
RESUMO
No Brasil, o número de mulheres dirigindo propriedades rurais alcançou quase 1 milhão, segundo dados do Censo Agropecuário de 2017, em que o IBGE identificou 947 mil mulheres responsáveis pela gestão de propriedades rurais, de um universo de 5,07 milhões. As mulheres são proprietárias de apenas 19%, enquanto os homens detêm 81%. Além disso, apenas 9,6% das mulheres obtém informações técnicas e/ou assistência técnica, enquanto entre os homens a porcentagem é de 14,3%. Esses dados reforçam a falta e a descontinuidade de políticas públicas específicas para mulheres, justificando assim, a apresentação deste projeto. O projeto Energia das Mulheres da Terra, nesse cenário, é uma rede solidária de projetos de energia renovável e recursos hídricos, formada por grupos e instituições da agricultura familiar de Goiás, tendo como objetivo a qualificação dos processos de produção de grupos de mulheres agricultoras familiares. Os recursos de implantação do projeto são originários do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal - CEF. A qualificação dos beneficiários acontece por intermédio da adaptação e difusão de novas tecnologias, bem como a constituição de um fundo solidário, fortalecendo a prática da gestão participativa. O projeto visa beneficiar mulheres e grupos de mulheres do campo, agricultoras familiares, camponesas, associações e Cooperativas de mulheres. Também será possível amplificar as ações por meio da autogestão e da sustentabilidade econômica, a partir do fundo solidário. Inicialmente, foi elaborado a proposta da rede Energia das Mulheres da Terra, por meio de um trabalho de construção coletiva. Os conselhos locais definiram as famílias participantes e estão gerindo a implementação dos projetos familiares. Em todos os núcleos da rede existe um articulador, profissionais das próprias organizações beneficiárias e reconhecidos como agentes mobilizadores locais. Entende-se que difundir e adaptar tecnologias apropriadas para a agricultura familiar com o enfoque de gênero promoverá o desenvolvimento rural sustentável, a melhoria da qualidade de vida e da saúde da comunidade, além da promoção da emancipação feminina através do fortalecimento de grupos de mulheres que constituem os conselhos nas suas comunidades. Espera-se, com a execução do projeto, aumentar a participação das mulheres no processo de tomada de decisão e na organização política das comunidades, fortalecendo os sistemas de produção sustentáveis geridos por mulheres agricultoras.