Extensão universitária em
contextos especiais de educação e saúde: a emergência de saúde pública em decorrência de Covid-19 e a saúde indígena
1ROSALINE ROCHA LUNARDI,2ROSALINE ROCHA LUNARDI,3MARCOS VINICIUS COSTA SANTOS 1BOLSISTA DE EXTENSÃO,2COORDENADOR,3BOLSISTA DE EXTENSÃO rosaline@terra.com.br
RESUMO
As
populações indígenas brasileiras têm um perfil epidemiológico com alta
prevalência de doenças preveníveis. Diante da emergência em saúde pública em
decorrência de síndrome respiratória aguda grave causada pelo Covid-19, tem-se
um quadro extremamente preocupante para populações indígenas, frequentemente
afetadas por várias comorbidades. O projeto de extensão “Apoio Interinstitucional ao COE COVID-19
Xavante” tem o objetivo de colaborar com as ações intersetoriais para reduzir o
impacto da Covid-19. É executado em aldeias indígenas e também em centros
urbanos, ainda colabora com planejamento das ações de saúde emergências, com
georreferenciamento de casos e com elaboração de instrumentos de coleta de
dados e de encaminhamento de casos. As ações iniciaram-se em maio de 2020, em
aldeias Xavante, com distâncias entre 130 a 560 quilômetros de Barra do Garças-MT, cidade
onde também foram feitas
diversas atividades junto aos indígenas em unidades bancárias e comerciais.
Apesar de que em alguns locais havia
certa negação da existência da doença, após as ações educativas, era comum que paricipantes solicitassem máscaras e álcool em gel. Os extensionistas também
acompanharam as equipes da FUNAI nas ações de segurança alimentar nas
aldeias, para qualificar a orientação em saúde. Além das ações
de orientação em saúde, há distribuição de sabonete líquido,
hipoclorito de sódio, álcool 70% em gel e máscaras, fornecidos por
instituições e outros doadores eventuais. Os extensionistas ainda participaram
da Operação Xavante, das Forças Armadas do Brasil em diversas aldeias, com
triagem qualificada, avaliação clínica e encaminhamentos. Há resultados
importantes, tanto para a população Xavante, pois colaborou
na redução de Covid-19, quanto
para os extensionistas, pela oportunidade de prestar assistência e
educação em saúde, em contextos interculturais e intersetoriais, em uma
situação sanitária grave, de agente etiológico e evolução pouco conhecidos e
com potencial de afetar profundamente a saúde de populações indígenas, já em
situação de vulnerabilidade socioeconômica e
sanitária.