DIFUNDINDO INFORMAÇÕES
SOBRE A COVID-19 EM MATO GROSSO: ANÁLISE DO EXCESSO DE ÓBITOS EM CUIABÁ
1Ligia Regina de Oliveira,2Ana Paula Muraro ,3Amanda Cristina de Souza Andrade,4Moiseis dos Santos Cecconello,5Flávia Guimarães Dias Duarte,6Mauro Citro Lalucci,7Emerson Soares do Santos,8Ruan Carlos Ramos da Silva 1COORDENADOR AUTOR,2DOCENTE,3DOCENTE,4DOCENTE,5DOUTORANDO,6ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO,7DOCENTE,8OUTROS lrdoliveira@gmail.com
RESUMO
A
pandemia de Covid-19 foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como
importante ameaça à saúde global. Em um ano de pandemia, o Brasil registrou
20.989.164 de casos e 586.558 mortes e em Mato Grosso 527.135 casos e 13.633
mortes foram registrados. O projeto Difundindo informações sobre a Covid-19 em
Mato Grosso, iniciado em
agosto de 2020, tem como objetivo produzir informações visando ampliar o
conhecimento sobre a Covid-19 no estado. A partir de
banco de dados públicos ou cedidos pelas secretarias de saúde foram calculados
índices e taxas apresentando perfis de morbimortalidade pela doença bem como
estimativas. Foram produzidos um artigo, sete notas técnicas; 89 informes
epidemiológicos para os municípios de Cuiabá (61) e Várzea Grande (28);
desenvolvido o Painel Saúde CORONAVIRUS-Mato Grosso. Dentre as inúmeras
informações disponibilizadas, destaca-se as referentes ao excesso de óbitos
durante a pandemia em Cuiabá. Em 2020, registraram-se mais 1.449 óbitos do que o esperado, com base na
mortalidade média por mortes naturais dos anos de 2015 a 2019 (2.986) na
capital do estado. O excesso de mortalidade foi mais evidente no segundo
quadrimestre (maio a agosto) de 2020, tendo sido registrado 1.001 óbitos a mais
quando comparado com 2015-2019 (99,3%); entretanto, no primeiro quadrimestre de
2021 foram registrados mais 1.305 óbitos do que o esperado (134,3%). O excesso
de mortes em 2020 foi maior entre os homens (52,7%) e afetou de forma distinta
as faixas etárias destacando-se 50,2% de excesso em idosos e 40,8% em adultos,
quando comparado à média de 2015-2019. No que se refere a cor/raça chama
atenção os altos percentuais de excesso de mortalidade em indivíduos de
cor/raça amarela (304,8%), indígena (243,8%) e preta (76,4%). Quanto ao local
de ocorrência dos óbitos destaca-se o excesso de óbitos em domicílio (59,7%) e
outros estabelecimentos de saúde (58,1%). O projeto teve grande relevância ao fornecer
informações confiáveis para gestores e para a população mato-grossense.