Construções sustentáveis de baixo impacto são concebidas a partir de várias premissas, como a escolha de materiais ambientalmente corretos, com baixas emissões; menor geração de resíduos durante a fase de obra e que demandem menos energia e água em todas as fases do ciclo de vida. No entanto, frente às questões ambientais globais de alterações climáticas e de organizações sociais, a resiliência é inerente a qualquer planejamento. Assim sendo, o objetivo geral desta pesquisa é contribuir com a ressignificação da moradia por parte de quem a constrói e a habita, a partir da transferência de premissas da construção vernácula mato-grossense à produção contemporânea, incentivando o estabelecimento de relações topofílicas mais resilientes e menos bioimpactantes no âmbito arquitetônico. A metodologia foi desenvolvida nas seguintes etapas: identificação dos requisitos das moradias vernáculas e contemporâneas, em termos espaciais, materiais e conceituais, no contexto dos três biomas do território mato-grossense; mapeamento analítico das produções das moradias vernácula e contemporânea no território mato-grossense; incorporação de ações de inovação à tecnologia vernácula, que possibilitem a continuidade do conhecimento e sua aplicação em um contexto de comunidades contemporâneas e concepção de uma moradia de menor impacto ambiental que permita o reconhecimento de alternativas às formas padronizadas de construção. Como resultados, o projeto do protótipo de baixo impacto ambiental inspirou-se na casa quilombola, com paredes em taipa, cobertura em telhas de madeira, constituída por uma setorização social (sala e cozinha), íntima (dois quartos) e um sanitário em local de fácil acesso. Ao longo dos três anos de execução do projeto foram implementadas diversas ações no âmbito da pesquisa, extensão, publicação científica e da gestão para estruturação de uma rede de pesquisa, formalizada como Rede Sustenta, uma rede colaborativa com o desafio de veicular transformação de valores da cadeia da produtiva da construção civil, mediante os limites da disponibilidade de recursos naturais.