1José Fortunato Fernandes,2Gustavo Tartarini Herrero 1COORDENADOR AUTOR,2BOLSISTA DE EXTENSÃO jfortunatof@ufmt.br
RESUMO
O projeto de extensão “Canto
que liberta” atende homens presos no Centro de Ressocialização de Cuiabá por
meio de aulas de canto coral. O objetivo geral é utilizar a música como meio de
ressocialização de pessoas privadas de liberdade. Como objetivos específicos,
propomos aos reeducandos utilizar técnica vocal e terminologia teórico-musical
correta, contextualizar as músicas em seus diversos aspectos, ouvir grupos
musicais, interpretar expressivamente um repertório musical eclético, criar
sobre as músicas do repertório, respeitar as pessoas, socializar-se com o
grupo, participar de todas as atividades com disciplina, preparar um repertório
eclético para realizar apresentações musicais. Como procedimentos
metodológicos, nos primeiros encontros fizemos uma avaliação diagnóstica para
conhecermos o perfil musical de cada um, abordando o gosto musical e o timbre
de cada voz. A cada ensaio ensinamos técnica vocal. Sempre que há uma música
nova, ensinamos um pouco da terminologia teórico-musical utilizada na música e o
contexto em que foi composta. Esporadicamente levamos gravações de grupos
musicais que sirvam como modelos vocais. Também de forma esporádica pedimos aos
alunos que criem sobre alguma música do repertório. O grupo é acompanhado por
um violonista. Como resultados, o sentido de coletividade tem sido um dos
grandes ensinamentos, a ajuda mútua ao cantar uma nota ou a interação com
ideias para um arranjo musical, onde a criatividade se faz presente. O
desenvolvimento técnico-vocal e expressivo-musical tem sido notado nos ensaios
e na apresentação que foi realizada. Concluindo, algumas músicas do repertório
têm sido cantadas com paixão, como que um grito de pedido de socorro, de ajuda,
perdão e fé. Outras trazem alegria, acompanhadas de movimentos corporais, que
fazem o corpo se libertar com a condução do ritmo. Os ensaios têm se
caracterizado como um tempo de liberdade, de leveza em um ambiente denso, onde
a necessidade de autoproteção é constante e onde a música vem ensinar a
entrega, o contato com uma pureza que se perde em ambientes desta natureza.