Tinha-se a expectativa de que 2020 fosse mais um ano "normal" na escolinha de futebol da FEF. Divulgação e matrículas efetivadas, turmas matutinas e vespertinas definidas e aulas iniciadas. Passados poucos dias do inicio do período letivo fomos forçados a parar: a Covid-19 chegou até nós ameaçadora. O movimentar-se deu lugar ao recolhimento, a necessidade da “volta para casa” antecipada e compulsória. Depois de doze anos de normalidade nos projetos de extensão da escolinha da FEF fomos surpreendidos pela mudança radical: crianças privadas de serem crianças. O paradoxo: a Educação Física sem movimento, sem jogo e sem brincadeiras ativas e pior ainda: a educação física sem educação física. Pensar em crianças sem o brincar, sem o jogar, sem a interação para além do reduto do lar parece ser incompatível com a saúde e principalmente com a qualidade de vida. Então nossas crianças podem estar doentes, ou ficando doente ou menos saudáveis? O que fazer e o que faremos amanhã, em breve? O que pode vir a ser a educação física e a escolinha de futebol com a manutenção e obrigatoriedade das restrições de praxe: uso de máscaras, distanciamento e não aglomeração, inviabilizada? Tais necessidades preventivas são incompatíveis com a prática desportiva, com o brincar e com o interagir? Se joga, se brinca e se interage sempre com o outro. Questionamos se: diante de uma situação hipotética de manutenção das restrições não se poderia promover interação entre pares, o jogar e o brincar com o outro? De forma virtual a realidade dos jogos em redes tem demonstrado ser eficientemente possível. O objetivo principal dessa pesquisa é buscar exemplos de trabalhos presenciais, através de revisão bibliográfica, que deram bons resultados nesse momento de restrições. Objetiva-se propor também modelos alternativos de jogos e brincadeiras presenciais para os quais possamos utilizar os espaços costumeiros da quadra, para menos pessoas, por menos tempo, mas com alta rotatividade.