1Elvis Lira da Silva,2Ana Rita Martins de Souza,3Arelienne Siarelly Silva Santos,4Carolina Bottosso de Moura 1COORDENADOR,2VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,3VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,4COORDENADOR elvis@fisica.ufmt.br
RESUMO
Tem Menina na Programação é uma das ações do projeto Mulheres nas Ciências, da Universidade Federal de Mato Grosso, que foi desenvolvida não só para incentivar estudantes mulheres a cursarem ciências exatas, mas também debater as questões de gênero e raça nas escolas públicas de Cuiabá e Várzea Grande, além de mostrar as potencialidades e usos das ferramentas tecnológicas no dia a dia das comunidades. Essa ação tem como objetivo ensinar a lógica da programação para meninas do ensino médio, debatendo, durante as aulas, questões de gênero, raça e assédio. O ensino de programação computacional para mulheres ajuda a desconstruir a cisão socialmente estabelecida de que a programação computacional é uma atividade masculina. Esta cisão viabiliza a discriminação de gênero, que está na base da violência contra a mulher. Para realizar essa ação foi necessário o estudo das questões sociais que serão abordadas, bem como a capacitação das integrantes do projeto na linguagem de programação Scratch, que por ser uma plataforma simples e interativa permite programar como se estivesse montando um quebra-cabeças. Essa plataforma foi escolhida não só por facilitar o ensino da lógica de programação, mas também porque permite, de uma maneira relativamente simples, que as alunas do ensino médio possam desenvolver jogos/animações que promovam a conscientização sobre as questões de assédio, raça e gênero. Em uma segunda etapa do trabalho será realizado o ensino de automação por meio da placa microcontroladora Arduíno. Dessa forma, o projeto contribui incentivando o uso do conhecimento adquirido pelas estudantes na busca de soluções para os problemas das comunidades envolvidas e no ingresso e permanência de mais estudantes nos cursos de ciências exatas. Além de desenvolver maneiras de expor e combater o assédio sexual e contribuir com o debate sobre um novo paradigma de desenvolvimento de algoritmos que representem toda a diversidade social, uma vez que os atuais algoritmos acabam carregando a forma como seus desenvolvedores (a maioria homens brancos) veem o mundo.