Pautando
Gênero em Oficinas para Profissionais de Comunicação
1Tamires Ferreira Coêlho,2Larissa Maciel de Azevedo,3Thalita Ferreira de Queiroz 1COORDENADOR AUTOR,2VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,3VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO tamires.coelho@ufmt.br
RESUMO
O Observatório Pauta Gênero é um
projeto de extensão que visa a discussão de pautas sociais, tendo como
principal objetivo promover diálogos e produções que se relacionem às desigualdades
de gênero em uma perspectiva interseccional. Dentre as diversas ações de conscientização
social abertas ao público e de fácil acesso, são ofertadas oficinas gratuitas,
com destaque para aquelas direcionadas a profissionais e estudantes de
Comunicação desde 2021. Após a participação no Monitoramento Global de Mídia (GMMP) em 2020, cuja metodologia ajuda a perceber padronizações e rupturas na cobertura, o projeto passou a focar na análise do que se produz, mas também em intervenções e diálogos com quem produz conteúdo jornalístico. Este trabalho foca no processo produtivo e pedagógico
da oficina “Pautas Feministas”, ministrada por Nara Assis e
Tássia Becker, em 06/07/2022. Partiu-se de um diagnóstico dos principais problemas encontrados nas análises publicadas no blog do observatório e, com uma proposta de planejamento coletivo, abordou-se produções sensíveis às questões de gênero nas mídias jornalísticas, abandonando estereótipos que circulam na produção noticiosa. Com divulgação nas redes sociais e por email para redações e jornalistas, a oficina abriu espaço para expor a situação da imagem das mulheres na mídia, com exemplos positivos (ainda raros) e negativos, a serem evitados, de modo a estimular, ao final da atividade, no âmbito da prática, a produção de pautas factíveis da editoria de Economia,
considerada masculina, que tivessem uma perspectiva sensível às desigualdades
de gênero. Com participantes das 5 regiões brasileiras e um público de mais
de 30 profissionais, constatou-se que essas discussões ainda não estão presentes
na formação de muitas faculdades da área e que “pautas feministas” ultrapassam
a tematização explícita de demandas dos movimentos feministas, de modo a
impactar o próprio processo de concepção do que é notícia, de quem é convocado
a falar e de como as rotinas produtivas se estruturam ainda de forma
patriarcal, afetando as produções que chegam ao público.