Universidade Federal de Mato Grosso
#fazendoadiferenca
Ano: 2022 Edição: 13 ISSN: 2594-5106

Pautando Gênero em Oficinas para Profissionais de Comunicação

1Tamires Ferreira Coêlho,2Larissa Maciel de Azevedo,3Thalita Ferreira de Queiroz
1COORDENADOR AUTOR,2VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,3VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO
tamires.coelho@ufmt.br

RESUMO

O Observatório Pauta Gênero é um projeto de extensão que visa a discussão de pautas sociais, tendo como principal objetivo promover diálogos e produções que se relacionem às desigualdades de gênero em uma perspectiva interseccional. Dentre as diversas ações de conscientização social abertas ao público e de fácil acesso, são ofertadas oficinas gratuitas, com destaque para aquelas direcionadas a profissionais e estudantes de Comunicação desde 2021. Após a participação no Monitoramento Global de Mídia (GMMP) em 2020, cuja metodologia ajuda a perceber padronizações e rupturas na cobertura, o projeto passou a focar na análise do que se produz, mas também em intervenções e diálogos com quem produz conteúdo jornalístico. Este trabalho foca no processo produtivo e pedagógico da oficina “Pautas Feministas”, ministrada por Nara Assis e Tássia Becker, em 06/07/2022. Partiu-se de um diagnóstico dos principais problemas encontrados nas análises publicadas no blog do observatório e, com uma proposta de planejamento coletivo, abordou-se produções sensíveis às questões de gênero nas mídias jornalísticas, abandonando estereótipos que circulam na produção noticiosa. Com divulgação nas redes sociais e por email para redações e jornalistas, a oficina abriu espaço para expor a situação da imagem das mulheres na mídia, com exemplos positivos (ainda raros) e negativos, a serem evitados, de modo a estimular, ao final da atividade, no âmbito da prática, a produção de pautas factíveis da editoria de Economia, considerada masculina, que tivessem uma perspectiva sensível às desigualdades de gênero. Com participantes das 5 regiões brasileiras e um público de mais de 30 profissionais, constatou-se que essas discussões ainda não estão presentes na formação de muitas faculdades da área e que “pautas feministas” ultrapassam a tematização explícita de demandas dos movimentos feministas, de modo a impactar o próprio processo de concepção do que é notícia, de quem é convocado a falar e de como as rotinas produtivas se estruturam ainda de forma patriarcal, afetando as produções que chegam ao público.

PALAVRAS-CHAVE

Gênero. Feminismo. Oficina.