O projeto de extensão “Quintais produtivos: mulheres cultivando a terra, a vida, os saberes e a resistência”, acompanha 15 mulheres do Movimento Sem Terra no assentamento Egídio Brunetto, no município de Juscimeira (MT), que objetiva compreender a organização feminina e a permanência na terra através de suas produções. O projeto é dividido em várias ações e está em andamento. Como segunda oficina, ocorreu um levantamento e análises dos solos dos quintais pela equipe acadêmica (discentes e docentes), no qual foi possível observar com a abertura de trincheiras as características pedológicas ali presentes, desde a capacidade de infiltração, camada arável, atividade microbiológicas, entre outras, com o intuito de entender os desafios diários enfrentados por essas mulheres no cultivo da terra. Vale destacar, que o acesso a terra ocorreu por meio da reforma agrária, e que o local foi amplamente desmatado para a extração de madeira, e a abertura de grandes pastagens voltadas para a pecuária extensiva. Com os resultados obtidos a partir das análises, observamos que a localização dos lotes é um fator determinante para o progresso do plantio, pois estão próximas de um rio ou da represa, viabilizando a instalação de sistemas de irrigação e um solo úmido e com boa capacidade de retenção de água mesmo em longos períodos de estiagem. No entanto, outros lotes são completamente prejudicados por sua localização, pois possuem um terreno completamente empobrecido, e necessitam de grande investimento financeiro para tornar o solo produtivo. A qualidade do solo é algo determinante para o sustento dessas famílias, pois esta é a sua principal fonte de renda. O atual contexto político não permite que dependam de subsídios, porque encontram-se diante do descaso do governo com subsídio ao agricultor, o que se opõe ao próprio Estatuto da Terra, por exemplo, não promove a justiça social e propõe o aumento seletivo da produtividade com vistas ao agronegócio, transformando a permanência camponesa na terra em uma luta diária.