Tratamento de traumatismo cranioencefálico em gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris): Relato de caso
1Thais Oliveira Morgado,2Bruna Ribeiro Gomes Monteiro,3Brenda Madruga Rosa,4Danielle Alexandra Maciel Matteo,5Stephanni Pimentel de Souza,6Morgana Maira Hennig,7Raphael William Ponte Neres,8Sandra Helena Ramiro Corrêa 1COORDENADOR,2OUTROS,3OUTROS,4OUTROS,5OUTROS,6OUTROS,7OUTROS,8DOCENTE thaismorgado@gmail.com
RESUMO
O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma importante causa de morbidade e mortalidade em animais silvestres, resultante de agressões externas aplicadas ao sistema nervoso central, ocasionando desordens estrutural e/ou interrupção da função encefálica. As lesões podem ser desencadeada sem déficits físicos, cognitivos e de comportamento. O tratamento de pacientes com TCE se baseia no diagnóstico, estabilização rápida, e controle das lesões secundárias. Nesse trabalho objetivou-se a descrição da abordagem terapêutica em TCE realizada em um gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris). Foi atendido no Setor de Animais Silvestres do Hospital Veterinário da Universidade de Mato Grosso em Cuiabá, gambá, fêmea, filhote, 400g, encontrado por munícipes em Cuiabá, executando movimentos descoordenados e com diminuição do nível de consciência. Foi observado epistaxe, otohematoma em pavilhão auricular esquerdo, escoriações de pele em pavilhão auricular direito e fratura completa palpável em úmero esquerdo. Durante a avaliação neurológica foi observado resposta apenas a estímulos dolorosos, levantando a suspeita de TCE. O animal foi submetido à fluidoterapia de choque, com ringer lactato 20 ml/kg/h intravenoso (IV)na bomba de infusão, oxigenioterapia através de máscara nasal, alimentação assistida com hipercalórico, manitol (1g/kg) aplicado em 20min, IV, a cada 8 horas, por 2 dias, meloxicam (0,2mg/kg), IV, uma vez ao dia, por 3 dias e dipirona (25mg/kg), duas vezes ao dia, por 3 dias, sendo realizado a monitoração do animal a cada hora. Manteve-se elevação da cabeça a 30ºem relação ao plano horizontal, permitindo uma redução na pressão intracraniana e possibilitando a drenagem venosa. Após o 7° dia de tratamento, o animal não apresentava mais alteração neurológica, estava alerta e se alimentando sozinho. Conclui-se que o TCE, mesmo se enquadrando em um prognóstico desfavorável, pôde ser revertido através de monitoramento e tratamento imediato, resultando na resolução do caso.