A CULPA NÃO É DO
MACACO: VIGILÂNCIA DE EPIZOOTIAS DE FEBRE AMARELA EM MATO GROSSO E CONSCIENTIZAÇÃO
DA POPULAÇÃO NA CONSERVAÇÃO DE PRIMATAS NÃO HUMANOS
1FERNANDO HENRIQUE FURLAN,2Luana Dias do Nascimento,3DANIELA MASSOLI GARCIA,4ICARO GUILHERME DOS SANTOS,5JOAO PAULO DA SILVA CAVASANI 1ORIENTADOR,2VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,3VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,4VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,5VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO fernando.furlan@ufmt.br
RESUMO
Febre amarela (FA) é uma doença viral que afeta
humanos e primatas não humanos (PNHs). Como os PNHs do continente americano são
suscetíveis e altas mortalidade de PNHs por FA (epizootias) precedem surtos em
humanos, evidenciando a importância deles como sentinelas, o Ministério da
Saúde criou o Sistema de Vigilância de Epizootias e o incorporou à Vigilância
da FA. Os surtos de FA no Brasil, causam impacto em populações de PNHs, pois
leva a maus tratos e mortes, visto que os PNHs são geralmente acusados de
transmitirem a doença para seres humanos. Uma forma de abordar esta
problemática são métodos educativos que informem a população a respeito da doença
e o papel dos PNHs como seres vigilantes. Desde 2012 o a equipe do Laboratório
de Patologia Veterinária (LPV/UFMT) possui parceria com a prefeitura de Cuiabá
realizando necropsia de PNHs e fazendo diagnostico diferencial de FA em
epizootias em PNHs. No período 2012-2020 muitos dos PNHs submetidos a necropsia
foram vítimas de ataques humanos e tiveram como causa mortis o trauma. Dessa
forma, este projeto tem como objetivo, além da investigação das epizootias em
PNHs, a educação ambiental como ferramenta para preservação de PNHs. Ao total
foram avaliados 134 primatas não humanos do Estado de Mato Grosso para
diagnóstico de FA e nenhum caso foi confirmado. Com base nesses dados foram
criadas apresentações e teatros, com informações básicas sobre FA, que
esclarecem a ´fake News´ de que os macacos transmitem a doença. Essas
atividades foram apresentadas para alunos do ensino médio de duas escolas no
município de Cuiabá, atingindo aproximadamente 400 alunos. Além disso, foram
realizadas postagens no Instagram do LPV-UFMT com a intenção de conscientizar a
população em relação à febre amarela. Desse modo, as apresentações, os teatros
e as postagens mostraram-se efetivas na construção do conhecimento dos alunos
em relação aos PNHs. Este é um caminho a ser seguido visto que quanto mais
pessoas entenderem a doença, mais perto estaremos de garantir o bem-estar dos
macacos que têm como habitat as florestas brasileiras.
PALAVRAS-CHAVE
Primata não humano. Febre amarela. Vigilância sanitária.