Universidade Federal de Mato Grosso
#fazendoadiferenca
Ano: 2022 Edição: 13 ISSN: 2594-5106

A CULPA NÃO É DO MACACO: VIGILÂNCIA DE EPIZOOTIAS DE FEBRE AMARELA EM MATO GROSSO E CONSCIENTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO NA CONSERVAÇÃO DE PRIMATAS NÃO HUMANOS

1FERNANDO HENRIQUE FURLAN,2Luana Dias do Nascimento,3DANIELA MASSOLI GARCIA,4ICARO GUILHERME DOS SANTOS,5JOAO PAULO DA SILVA CAVASANI
1ORIENTADOR,2VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,3VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,4VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,5VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO
fernando.furlan@ufmt.br

RESUMO

Febre amarela (FA) é uma doença viral que afeta humanos e primatas não humanos (PNHs). Como os PNHs do continente americano são suscetíveis e altas mortalidade de PNHs por FA (epizootias) precedem surtos em humanos, evidenciando a importância deles como sentinelas, o Ministério da Saúde criou o Sistema de Vigilância de Epizootias e o incorporou à Vigilância da FA. Os surtos de FA no Brasil, causam impacto em populações de PNHs, pois leva a maus tratos e mortes, visto que os PNHs são geralmente acusados de transmitirem a doença para seres humanos. Uma forma de abordar esta problemática são métodos educativos que informem a população a respeito da doença e o papel dos PNHs como seres vigilantes. Desde 2012 o a equipe do Laboratório de Patologia Veterinária (LPV/UFMT) possui parceria com a prefeitura de Cuiabá realizando necropsia de PNHs e fazendo diagnostico diferencial de FA em epizootias em PNHs. No período 2012-2020 muitos dos PNHs submetidos a necropsia foram vítimas de ataques humanos e tiveram como causa mortis o trauma. Dessa forma, este projeto tem como objetivo, além da investigação das epizootias em PNHs, a educação ambiental como ferramenta para preservação de PNHs. Ao total foram avaliados 134 primatas não humanos do Estado de Mato Grosso para diagnóstico de FA e nenhum caso foi confirmado. Com base nesses dados foram criadas apresentações e teatros, com informações básicas sobre FA, que esclarecem a ´fake News´ de que os macacos transmitem a doença. Essas atividades foram apresentadas para alunos do ensino médio de duas escolas no município de Cuiabá, atingindo aproximadamente 400 alunos. Além disso, foram realizadas postagens no Instagram do LPV-UFMT com a intenção de conscientizar a população em relação à febre amarela. Desse modo, as apresentações, os teatros e as postagens mostraram-se efetivas na construção do conhecimento dos alunos em relação aos PNHs. Este é um caminho a ser seguido visto que quanto mais pessoas entenderem a doença, mais perto estaremos de garantir o bem-estar dos macacos que têm como habitat as florestas brasileiras.

PALAVRAS-CHAVE

Primata não humano. Febre amarela. Vigilância sanitária.