AMPUTAÇÃO
DE ASA DIREITA EM CORUJA-BURAQUEIRA (ATHENE CUNICULARIA)
1Thais de Oliveira Moura,2Erick Gonçalves Motta,3Bruna Ribeiro Gomes Monteiro,4Sandra Helena Ramiro Corrêa,5Christiani Monte Cruz Falcão 1BOLSISTA DE EXTENSÃO,2OUTROS,3OUTROS,4COORDENADOR,5OUTROS thaisolimoura@gmail.com
RESUMO
A coruja-buraqueira, Athene cunicularia, tem como habitat
áreas abertas e semi-abertas, ocorrendo em todo o território brasileiro, com
comportamento terrícola, alimenta-se principalmente de invertebrados. Foi
encaminhada ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, pela
Secretaria do Meio Ambiente, um exemplar de coruja buraqueira adulto, sexo
indeterminado, pesando 0,135 kg, com suspeita de fratura em asa direita,
resgatado em Várzea Grande. Ao exame físico, o animal apresentava uma possível
fratura de asa direita em nível de úmero e metacarpo. Após a realização de
exame radiográfico, confirmou-se o diagnóstico de fratura completa em úmero e
metacarpo cuja abordagem cirúrgica de redução mostrava-se ineficaz, levando a
decisão de amputação do membro. No
pré-operatório, foi realizada a medicação pré-anestésica com midazolam (1mg/kg)
e morfina (2mg/kg) por via intramuscular, a indução e manutenção foram
realizadas com isofluorano, além de um bloqueio locorregional com lidocaína
(1mg/kg). A técnica cirúrgica consistiu em uma incisão sobre a região lateral
do úmero e divulsão do tecido subcutâneo até exposição óssea. Foi realizada a
desarticulação da região. Em seguida foi realizada a ligadura em padrão sultan
do plexo braquial, e redução de tecido subcutâneo em padrão zigue-zague, ambos
com fio poliglecaprone 3-0. Por fim a pele foi suturada com fio nylon 3-0 em padrão simples contínuo. O animal
apresentou um bom retorno da anestesia e a medicação pós-cirúrgica administrada
foi morfina a cada quatro horas por 24 horas (3mg/kg) por via intramuscular e enrofloxacino
(15 mg/kg) por via oral. O resultado obtido foi positivo, a recuperação foi
rápida e, após 28 dias de internação o animal recebeu alta, todavia não podendo
retornar à vida livre. A crescente antropização do meio ambiente aproxima a
vida urbana da selvagem o que causa grandes impactos e aumenta os riscos na
saúde desses animais. A alta casuística de fraturas em aves decorridas de
acidentes com o meio antropizado mostra a necessidade da busca de soluções para
a diminuição desses casos, como um meio essencial para a preservação de nossa
fauna de aves silvestres.