Nem todo processo de intervenção em película é, por natureza, uma animação. Apesar disso, a continuidade estética dos fotogramas a partir da intervenção se torna, por definição, uma animação. Portanto, essa é a intersecção cuja a pesquisa e atuação do projeto se debruça sobre. Para então aderir a animação digital miscigenando-se ao restante da obra, baralhado em meio a intervenção, ilustração, colagem e demais técnicas manuais sobre a bitola 35mm.

Baseado no processo de intervenção e ilustração em película 35mm de Norman McLaren e Roberto Miller, buscou-se estruturar uma mesa de trabalho de ilustração com o objetivo de criar uma animação sobre o celulóide. Dessa forma, foram utilizadas técnicas analógicas como desenho animado e colagem para posteriormente mesclá-las a técnicas da animação digital computadorizada.

O intuito inicial foi esmiuçar a fundo a metodologia criativa do catálogo de referência eleito para posteriormente realizar uma sorte de técnicas de animação. Desse modo, elaborar um curta-metragem através dos resultados de pesquisa experimental baseada na profunda análise e testagem prática do referencial.

Para personalizar e otimizar o processo, foram subvertidas algumas normas da animação em película como a delimitação do quadro do fotograma. Isso só foi possível graças à técnica de digitalização usada através da captura direta em alta definição da câmera digital na película. Qualitativamente, essa escolha específica intensificou a produtividade e diversificou visualmente o produto final em relação as obras eleitas para o referencial do projeto.

Além do desafio estrutural de realizar uma animação direta no centro-oeste no século XXI, a reavaliação metodológica de vários processos abordados na pesquisa do projeto é um alento refrescante para o âmbito da animação.