A culpa não é do macaco: Vigilância de epizootias em Mato Grosso e conscientização da população sobre Febre Amarela e Varíola dos Macacos na conservação de primatas não humanos
1fernando henrique furlan gouvea,2Silvia Esgalha 1DOCENTE,2BOLSISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA fernando.furlan@ufmt.br
RESUMO
Frequentemente Primatas não humanos (PNHs) são acusados
de transmitirem febre amarela e varíola dos macacos para as pessoas. Essa
desinformação gera atitudes violentas contra estes animais. É frequente a morte
destes em parques urbanos e principalmente em áreas rurais. Esse fato tem afetado
a população desses primatas. Além disso, é desconhecido a dimensão da febre
amarela em PNHs, o que é um outro fator que atrapalha no controle da doença em
humanos. Dessa forma, este projeto visou compreender a causa de morte de PNHs
em Cuiabá e a partir desses resultados realizar um programa extensionista para
divulgar as informações para toda comunidade através de diferentes tecnologias
da informação para desenvolver uma plataforma para gerar comunicação, desde
palestras online, podcasts e vídeos educacionais. No período entre setembro de
2022 e agosto de 2023, o HOVET-UFMT recebeu os cadáveres de 16 PNHs para diagnóstico.
Em nenhum dos casos foi diagnosticado febre amarela ou varíola dos macacos. A
causa da morte pode ser determinada em todos os casos. As causas variaram entre
pneumonia, fibrose renal entre outras. No entanto, em cinco PNHs a causa da
morte foi politraumatismo, evidenciando que dentro todos os casos estados, a ação
humana foi a que mais causou a morte desses animais. Nesse período foi
realizada uma publicação sobre o assunto na página do laboratório de patologia
do HOVET-UFMT e foi desenvolvido um jogo de tabuleiro para distribuição em
escolas públicas de Mato Grosso. Palestras com o tema: “A culpa não é do
macado: vamos conhecer a febre amarela e a varíola doa macacos para proteger esses
animais” estão agendadas em três escolas públicas para setembro de 2023. A
conscientização da população é o método mais eficaz para diminuir os inúmeros
casos de primatas mortos pelo medo da febre amarela e varíola dos macacos. A
utilização da ciência e da informação correta é o melhor caminho para evitar a
morte de animais inocentes.
PALAVRAS-CHAVE
Primata não humano. Febre amarela. Vigilância sanitária.