Este trabalho tem como objetivo analisar e discutir o potencial da postura do adulo atípico (CORSARO, 2005) na relação com crianças no sub-projeto de extensão “Binje: em busca de autorias infantis no contexto hospitalar”. Tal postura, contribui para a compreensão da importância do diálogo horizontalizado com crianças e o processo de significação da hospitalização. As discussões realizadas baseiam-se na Teoria Histórico-Cultural (VIGOTSKI, 2006; 2010) em diálogo com as contribuições sobre dialogicidade (MARKOVÁ, 2008) e alteridade (JOVCHELOVITCH, 1998). O episódio a ser discutido ocorreu durante uma intervenção realizada por meio de uma oficina socioafetiva (ANDRADE, 2019), a qual é tematizada diante da apresentação de uma narrativa através de práticas de cuidado à saúde infantil ancoradas nos pressupostos da humanização, e nos estudos sobre aprendizagem e desenvolvimento humano. Assim, mediações fundadas na noção do adulto atípico têm proporcionado a construção de autorias infantis em processo de significação sobre as vivências de adoecimento e hospitalização e um maior protagonismo social das crianças no ambiente hospitalar.