Com o processo de redemocratização do país uma parcela da população brasileira, historicamente excluída, começa a ter acesso à educação sistematizada. Com isso, acentuam-se as preocupações de educadores com o processo de ensino-aprendizagem que requer um arcabouço teórico que garanta a aprendizagem dos alunos. Nesse sentido, ganha visibilidade as teorias críticas de autores como Vygotsky, Leontiev, Davídov – pautados na concepção do materialismo histórico-dialético - que buscam organizar o ensino dos conceitos escolares. Ensinar-aprender, a partir desses fundamentos, implica a apropriação de conceitos como: abstrato para o concreto, totalidade, interpsicológico e intrapsicológico, mediação cognitiva e didática, funções psicológicas superiores, zona de desenvolvimento proximal, estrutura psicológica da atividade, atividade de ensino e de estudo, formação e generalização do pensamento empírico e teórico entre outros. Esses referenciais estão sendo estudados no Projeto de Pesquisa “Teoria Desenvolvimental: Contribuições à Atividade de Ensino-Aprendizagem”, aprovado pela PROPeq n. 50/2019, que conta com a participação de professores da educação básica e do ensino superior e acadêmico do curso de licenciatura que se reúnem semanalmente para compreender a atividade de ensino e de estudo. O Projeto tem como objetivo principal analisar as mudanças que ocorrem na atividade de ensino-aprendizagem dos professores que atuam em instituições de educação básica de Barra do Garças/MT, quando se apropriam dos referenciais teóricos do ensino desenvolvimental. A metodologia qualitativa e os procedimentos de observação e de entrevistas semiestruturada auxiliam no levantamento dos dados. Como resultados preliminares, pontuamos a complexidade na apropriação dos conceitos das teorias críticas, resultado de uma educação que privilegia o ensino transmissivo/empírico; a necessidade da abstração das variáveis que formam a totalidade dos conceitos; a superação de uma lógica de formação do pensamento empírico vivenciada durante a trajetória profissional; a participação e publicações em eventos; elaboração de projetos para programas stricto sensu, entre outros. Como considerações destacamos a persistência dos professores da educação básica em permanecer no projeto, uma vez que as atuais políticas educacionais dificultam a participação em espaços extra-escolares e o desejo em buscar mudanças para a atividade de ensino e de estudo nos diferentes espaços de atuação profissional.