ALTERAÇÕES
HISTOPATOLÓGICAS NAS BRÂNQUIAS DE LAMBARI (Astyanax
xavante Garutti e Venere, 2009) (Characiformes: Characidae) DO CÓRREGO
AVOADEIRA NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA AZUL
1Flavio Vinicios Rodrigues da Cruz,2Izabella Matias de Morais,3Sérgio Marcelino de Oliveira 1ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO,2ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO,3ORIENTADOR flavio.inicios@gmail.com
RESUMO
Os peixes são importantes
biomarcadores por ocuparem uma posição central na cadeia alimentar aquática,
podendo inclusive influenciar na saúde humana caso estejam contaminados por
alguma substância tóxica. Estas substâncias, quando presentes na água entram em
contato com as lamelas secundárias e filamentos branquiais e, quando em alta
concentração, podem mudar os aspectos morfológicos da brânquia. As brânquias são
formadas pelo arco branquial que origina os filamentos, que apresentam as
lamelas primárias e secundárias, para onde é transportado o sangue para as
trocas gasosas. A lamela primária é revestida por um epitélio pseudoestratificado
com células de revestimento pavimentosas, células secretoras de muco, células
de cloro e células de suporte. Já a superfície das lamelas secundárias é
revestida por um epitélio simples pavimentoso. Os peixes que entram em contato
com ambiente contaminado sofrem alterações fisiológicas e histológicas, e por
isso a definição das alterações na morfologia das brânquias é uma importante ferramenta
para o diagnóstico de lesões histopatológicas. Sendo assim, o objetivo deste
trabalho foi avaliar as possíveis alterações histológicas nas brânquias de
peixes da espécie Astyanax xavante.
Para tanto, os espécimes de peixes foram separados da seguinte maneira:
exemplares coletados no trecho do córrego Avoadeira localizado na área do
Parque Estadual da Serra Azul em setembro de 2017 (grupo AxCS), final do período
de seca, e em abril de 2018 (grupo AxCA), final do período de chuvas. Os
tecidos dissecados foram processados para microscopia óptica para análises
morfológicas. As principais alterações histopatológicas encontradas foram: descolamento
da lamela secundária (DLS), hiperplasia (HIP), aneurisma (ANR), fusão da lamela
secundária (FLS) e deleção da lamela secundária (DLÇ). Estas lesões foram, de
maneira geral, encontradas em animais coletados nos dois períodos, com exceção
de DLÇ e HIP, que não foram encontradas nos animais do grupo AxCS. DLS e ANR
foram as lesões mais incidentes no grupo AxCA. Estes resultados demostram que mesmo em
ambiente preservado, como o Parque da Serra Azul, as brânquias dos peixes
apresentam lesões histopatológicas importantes, o que pode comprometer a
sobrevida destes animais. Além disso, estas informações merecem atenção, pois
de algum modo a água do local das coletas parece conter algum tipo de
contaminante que pode estar promovendo o surgimento das lesões descritas. (23108.209568/2017-48-CEUA-UFMT).