CASO OJ SIMPSON E REALIDADES
BRASILEIRAS: REFLEXO DO GÊNERO NA REPRESSÃO A TÉRMINOS
1Loise Boschetti da Silva,2Luís Antônio Bitante Fernandes 1ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO,2ORIENTADOR loiseboschetti@yahoo.com.br
RESUMO
<p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:12.0pt;line-height:150%;font-family:"Arial","sans-serif"">Reprimir,
segundo o dicionário Aurélio, é violentar, impedir pela ameaça ou pelo castigo,
punir (FERREIRA, 2014). É essa a resposta dada a muitas mulheres ao mostrarem
interesse ou firmarem o fim de um relacionamento com um homem, cujo
inconformismo diante da situação é o principal motivador da prática de
violência de gênero, conforme pesquisa divulgada em São Luís (MA) pela Vara
Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Visto isso,
objetivou-se corroborar a ideia - surgida num olhar crítico do documentário
exibido pela Netflix em forma de série “American Crime Story: O Povo Contra OJ
Simpson” - de que o quadro primariamente exposto tem incidência massiva no
Brasil e no mundo e está estritamente ligado à hierarquização homem-mulher
expressa nas relações de gênero. Para tanto, analisou-se o caso OJ Simpson por
meio do seriado e do livro sobre o fato; buscou-se explorar notícias que se
enquadrem no objetivo do estudo para comprovar sua frequência no Brasil, junto
do levantamento de dados a partir de inquéritos policiais instaurados nos
municípios de Barra do Garças (MT) e Macedônia (SP); e efetuou-se pesquisas em
livros e artigos. Por conseguinte, concluiu-se que as agressões sofridas por
Nicole Brown Simpson por seu ex-marido culminaram, de forma bastante provável,
em seu assassinato, enquadrando-se em um caso de violência de gênero
mundialmente conhecido. Também, verificou-se a ocorrência de violências
causadas pelo ex em Londrina (PR), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Ceilândia
(DF), Macapá (AP) e Campo Grande (MS), prova de sua existência em todo o
Brasil. Em termos de dados, dos 511 casos aferidos dos anos de 2016, 2017 e
2018 em Barra do Garças, um em cada três é de violência praticada pelo ex. Já
em Macedônia, dos 93 casos averiguados dos mesmos anos, em média, mais de um
quarto deles se enquadra no padrão de análise. Portanto, é importante estudar o
problema social apresentado não de forma isolada, mas associando violência a
gênero (BEBER, 2019), pois (RUBIN, 1975) afirma que uma mulher é apenas uma
fêmea, o que a torna uma oprimida são as relações em que se insere, dado que o
gênero é culturalmente estabelecido, dando poder ao homem e submissão à mulher.
Logo, se é socialmente determinado, é modificável (DELPHY, 1993) e deve ser debatido,
pois está no estudo das relações de gênero a fonte para a libertação da mulher (SCOTT,
1989).<o:p></o:p></span></p>
PALAVRAS-CHAVE
Violência de gênero; OJ Simpson; Ex; Fim de relacionamento; Relações de gênero.