Grupo
reflexivo de homens: aplicabilidade e impactos redutivos na reincidência dos
casos de violência contra a mulher
1Jamile Moreira Kassem,2Luís Antônio Bitante Fernandes 1ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO,2ORIENTADOR ja_kassem@hotmail.com
RESUMO
Kassem, Jamile Moreira, Fernandes, Luís Antonio Bitante
A Rede de Frente, que
possui seu núcleo na Delegacia Especializada da Mulher (DEDM), é uma
articulação institucional com a finalidade de aprimorar as respostas públicas
perante a violência doméstica contra a mulher. Para isso, faz-se uso de outras
instituições, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS). Este, por sua vez, promove atendimento psicossocial à mulher, aos
agressores, a crianças e adolescentes envolvidos em casos de violência
doméstica, visando auxiliar vítimas e agressores. Nesse contexto, surgiu uma
importante medida: o Grupo Reflexivo de Homens (GRH), implementado em Barra do
Garças e Pontal do Araguaia com o intuito de promover a reflexão do condenado
perante a violência e seus atos. O objetivo do presente
trabalho é compreender as ações realizadas pelas psicólogas e assistentes
sociais nas rodas de conversa, além de abordar as principais dificuldades entre
os participantes do GRH em seus respectivos processos de reflexão, uma vez que,
dentro destes, encontram-se seus valores pessoais em diversos âmbitos, como: social,
cultural e político, que podem influenciar em suas ações e análise da visão
distorcida que a sociedade tem das mulheres. A pesquisa
foca principalmente na compreensão do diminuto índice de reincidência entre os
participantes do grupo retratado, bem como na apresentação, após estudos, das
maiores dificuldades que impedem o aumento na eficácia dessa medida, além de
eventuais propostas de solução. Em relação à
metodologia, trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, que será realizada a partir de entrevistas com os
profissionais do CREAS que atuam no grupo, com alguns agressores participantes
do GRH e com a presidente da Rede de Frente. A entrevista dos condenados
possuirá abordagem pessoal destes e será realizada de forma individual, após
orientações da pesquisadora. Tendo em vista que a pesquisa encontra-se em
andamento, ainda não há dados conclusivos.
A partir de todo o exposto, nota-se, portanto, o caráter essencial do
Grupo Reflexivo, visto que, segundo dados da Delegacia de Defesa da Mulher, os índices de
reincidência dos agressores do grupo é de apenas 3,3%. Para que haja decréscimo
na reincidência e adequada reinserção na sociedade, ressalta-se a importância
do agressor estar inserido em um programa que o leve a uma reflexão de seus
atos e sua reeducação quanto aos aspectos sociais de sua constituição como
homem.