Resumo: Nesta pesquisa abordamos o episódio de Inês de Castro inserido na obra Os Lusíadas, de Luís de Camões. Apresentaremos a relação da figura histórica de Inês de Castro com a figura literária da personagem fundamentada nos estudos de João Aguiar e pautada na história de Portugal. Procurou-se analisar a história da relação proibida entre Inês de Castro e D. Pedro, e as influências dela na terra lusa. Os Lusíadas é um poema épico composto de dez cantos que são distribuídos em quatro segmentos que seguem a ordem de Inovação, Dedicatória, Narração e Epilogo, e dentro dessa segmentação acontecem os episódios. A história de Inês de Castro é narrada no Canto III, que mostra Vasco da Gama contando a história de Portugal ao rei de Melinde, seu episódio abrange as estâncias 118 a 135 e narra o assassinato de Inês, em 1355, orquestrado pelos conselheiros do rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro, seu grande amor. Ainda que pouco se saiba dos fatores que realmente ocasionaram a morte de Inês, nota-se que o romance traz influências ao país até os dias atuais, uma vez que, o romantismo presente no amor recíproco entre D. Inês e D. Pedro e em sua condenação pela ambição daqueles que os cercavam, ainda inspira história e lendas. De certa forma, a tragicidade desse amor proibido nutriu na história a imagem de um rei que viveu um amor incondicional, a dor pela perda de sua amada, e sua busca insaciável de vingança, tudo ligado ao amor eterno que jurou a Inês. Pelo alcance literário da história narrada no livro Os Lusíadas, o romance, tem uma abrangência enriquecida pela presença os campos das artes em Portugal, como, por exemplo, em azulejos e arquitetura em alguns pontos turísticos no país. O estudo pautou-se em autores dedicados à literatura e à história portuguesa como AGUIAR (1997) e D’ONÓFRIO (2003), além de consulta a história e a historiografia literária portuguesa. Os resultados da pesquisa realizada indicam que o romance entre Inês de Castro e D. Pedro influenciou o desenvolvimento artístico e também histórico daquele país, uma vez que, mesmo após a morte de Inês, há locais que são considerados marcos históricos de seu amor trágico, caso da Quinta das Lágrimas e dos túmulos de Pedro e Inês no Mosteiro de Alcobaça. Adotou-se como metodologia pesquisa de natureza intrínseca (analise de elementos textuais, figuras de linguagem e estrutura do canto), e também abordagem extrínseca (aspectos históricos).