A história da sexualidade acompanha a história do próprio ser humano, mas, quanto a este assunto, ainda há dúvidas que precisam ser sanadas. Profissionais da saúde, como instrumentos de divulgação de informações para comunidades onde atuam, deveriam ser os primeiros a promoverem o conhecimento, porém, a realidade muitas vezes é outra. Destaca-se que os profissionais, por vezes, não se sentem confortáveis, são leigos quanto ao tema, ou simplesmente não têm tempo para falar sobre sexualidade durante as consultas com casais grávidos. Nesse contexto, o presente estudo apresenta-se como uma revisão bibliográfica de caráter exploratório acerca do tema sexualidade na gestação, com o objetivo de mostrar a realidade da abordagem desse tema no pré-natal. Uma pesquisa feita recentemente na Universidade Federal de São Paulo, com residentes de medicina, indicou déficits quanto ao assunto, e evidenciou ainda, que menos de um quarto dos participantes se sentiam seguros para responder perguntas de gestantes sobre sexualidade -71% assumiram não terem conhecimento acerca de disfunções sexuais e declararam que, entre as causas desse quadro, isto é, entre os principais impedimentos para a abordagem do tema com casais grávidos, está a ignorância sobre o assunto e o tempo limitado dos atendimentos. Um dos objetivos do pré-natal é justamente sanar as dúvidas quanto à sexualidade durante a gestação, mas casais grávidos frequentemente não sentem um elo que os una a esses profissionais e, então, acabam intimidados,receosos de supostos constrangimentos que, na verdade, não correspondem à realidade.Por isso, isto é, por ser ainda pouco discutido, tanto na academia, quanto no cotidiano, o tema sexualidade foi escolhido para este estudo. Trata-se de um tema de grande importância, presente na vida das gestantes, mas rodeado de tabus, crenças, ideias e hábitos culturais que, se não explicados e compreendidos, podem influenciar negativamente a vida sexual dos casais. Dessa forma, o ato sexual durante a gestação normal revela-se, ao contrário do que se pense, fonte de benefícios para o casal, entre os quais, calma, eliminação de cargas acumuladas e diminuição do estresse e da ansiedade, tudo por meio do prazer, desde que não tenha contra-indicação médica. Disso, conclui-se que profissionais da saúde precisam dedicar-se mais ao estudo do tema sexualidade, para abordá-lo claramente nas consultas de pré-natal e evitar, assim, qualquer tipo de frustração relacionada à vida sexual de casais grávidos, além, claro, de que o bom acolhimento a esses casais gera um elo entre profissionais e pacientes, o que também diminui a timidez e o receio diante de perguntas mais íntimas do que o habitual.