1Marcos Antonio da Silva Braga,2Paulo Cesar Leme,3Joyce Laura da Silva Gonçalves 1ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO,2OUTROS,3ORIENTADOR alucardde23@hotmail.com
RESUMO
Extrato de Baru como indicador de pH. Indicadores ácido/base ou de pH são substâncias que apresentam grupos cromóforos capazes de mudar de cor na presença de determinada concentração de íons H+ (meio ácido) ou de íons OH- (meio básico). Esses indicadores podem ser naturais ou sintéticos. Os indicadores naturais são ácidos ou bases orgânicas fracas, encontrados em folhas, flores e frutos de plantas, que apresenta mudança de coloração conforme o pH do meio. Neste âmbito, o objetivo deste trabalho foi obter um indicador ácido/base proveniente da flora do cerrado, especificamente castanha de Baru (Dipteryx alata), para ser aplicado em titulações de neutralização. A metodologia empregada foi a análise espectroscópica, qualitativa e quantitativa dos extratos usando etanol como solvente para os componentes (i) da castanha de Baru torrada sem casca, (ii) da castanha de Baru sem torrar com casca e (iii) somente da casca da castanha de Baru torrada. Através da análise de UV-Vis observou-se que a substância que atua como indicador está presente especificamente na casca da castanha de Baru e que a temperatura a qual a castanha é submetida na torra não desativa sua função indicadora. A análise qualitativa identificou a mudança sutil de coloração somente do extrato de casca de castanha de Baru torrada passando de incolor em meio ácido para amarelo em meio básico. Estatisticamente não foram encontradas diferenças significativas (n=3 e p<0,05) entre as concentrações determinadas por titulação de neutralização entre a fenolftaleína (2,43±0,01x10-1 mol L-1) e o extrato da casca de Baru torrada (2,42±0,01x10-1 mol L-1) para o ácido forte, nem para o ácido fraco (1,96±0,01x10-1 mol L-1 e 2,01±0,01x10-1 mol L-1 para fenolftaleína e o extrato da casca de Baru torrada, respectivamente). Os resultados sugerem a utilização promissora do extrato da casca de Baru torrada, como indicador natural não apenas em aulas experimentais, mas também na Química Analítica como um todo, uma vez que, foi possível empregar esse extrato como indicador de volumetria de neutralização sem diferenças significativas em relação ao indicador comumente empregado. Ressalta-se que este extrato é de fácil obtenção e ambientalmente correto, pois é proveniente de material que é descartado, uma vez que, apenas a castanha é consumida e não a sua casca.