Universidade Federal de Mato Grosso

PEIXES FÓSSEIS DA CHAPADA DO ARARIPE: UMA NOVA AQUISIÇÃO PARA O ACERVO DO PROJETO LITOTECA

1Silvio Cesar Oliveira Colturato,2Inaê Nascimento Lima
1ORIENTADOR,2VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO
colturato.silvio@gmail.com

RESUMO

Este trabalho informa e descreve a nova aquisição de fósseis para o acervo da Litoteca, UFMT, Campus Araguaia, bem como, sugere possibilidades de uso deste acervo em projetos de pesquisa, ensino e extensão universitária. Os fósseis foram prospectados e coletados em aulas de paleontologia. As rochas fossilíferas foram trazidas, na forma de grandes blocos e placas, da Pedreira Três Irmãos, município de Nova Olinda, Ceará. Em torno de 40 toneladas de rochas calcárias foram trazidas até Cuiabá e depositadas no pátio da Prefeitura do campus da UFMT. A aquisição das rochas foi parte de um projeto que envolveu os campi Cuiabá, Sinop e Araguaia. Na pilha de rochas, a prospecção deu-se pela observação direta das superfícies expostas e com a quebra física das placas e blocos na direção dos planos de camadas, utilizando-se de martelos estratigráficos e talhadeiras. As superfícies recém expostas foram observadas e os fósseis encontrados, examinados e devidamente acondicionados para o transporte ao campus do Araguaia. Do ponto de vista geológico, os calcários fazem parte da Formação Crato, da Bacia Sedimentar do Araripe, de idade Aptiano-Albiano (Cretáceo), formados em ambiente lagunar. Apresentam-se finamente laminados, com cor bege, muito duros, com dendritos de óxido de manganês e calcita recristalizada em veios que cortam as camadas. Nestas rochas foram encontrados fósseis de peixes, plantas e insetos, destacando-se os peixes da espécie Dastilbe crandalli Jordan, 1910, que viveram há cerca de 113 milhões de anos. Foram coletadas 27 fósseis desses peixes, com comprimento variando de 2,5 a 13 cm, apresentando corpo alongado, cabeça grande e pontuda, boca pequena, mandíbulas sem dentes, opérculo grande e liso, com nadadeiras dorsal, peitorais, pélvica e anal preservadas. Os fósseis apresentam boa preservação, com a presença de estruturas orgânicas, o que os tornam relevantes para futuras pesquisas. Estes serão catalogados e depositados na Litoteca da UFMT/CUA, bem como no Museu de História Natural do Araguaia (MuHNA). No ensino serão úteis nas aulas de paleontologia e na conscientização para a preservação do patrimônio fóssil brasileiro. Na extensão serão úteis para subsidiar atividades desenvolvidas pela Litoteca e pelo MuHNA. Na pesquisa, o estudo dos processos de fossilização configura-se numa grande oportunidade, pois a preservação de partes orgânicas, rara na natureza, permite o resgate de informações da composição e o entendimento da geoquímica da preservação.

PALAVRAS-CHAVE

fossilização, patrimônio fóssil, paleontologia.