MÍDIA E POLÍTICA: ANÁLISE DAS NARRATIVAS DO
JORNAL FOLHA DE S. PAULO SOBRE DISPUTAS POLÍTICO-MIDIÁTICAS NA ARGENTINA
1Barbara Argôlo Soares,2Antônio Sebastião da Silva 1VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA,2ORIENTADOR b.asoares1708@gmail.com
RESUMO
O
objetivo deste estudo é compreender como as narrativas do jornal Folha de S.
Paulo organizam o discurso jornalístico político ideológico decorridos no ano
de 2012 na Argentina, diante da disputa pela implementação da Lei de Serviços
de Comunicação Audiovisual e relacionamento da presidente Cristina Kirchner com
a mídia argentina. O propósito deste texto é expor os procedimentos da
configuração das personagens protagonistas do narrador na legitimação agentes
da narrativa em conformidade com o seu projeto dramático e visão de mundo do
narrador-jornal. Nesta análise, avaliar a composição dos antagonistas do jornal
paulista na definição de vozes, para formação de matrizes discursiva, que se
ordena na ideologia política do processo comunicativo do país latino-americano.
Como ressalta Pierre Bourdieu (1989) o poder simbólico é um poder de construção
da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnoseológica (do conhecimento):
o sentido imediato do mundo. O principal ponto de intriga diz respeito a
batalha política e judicial entre a presidente da Argentina Cristina Kirchner e
a mídia argentina, em torno da Lei de mídias e concessão dos meus de
comunicação. Verifica-se uma visão majoritariamente a favor da mídia e as Leis
que favorecem “a liberdade de expressão”, levando para a oposição propostas
política contrárias aos conglomerados, sobretudo, quando na disputa está o poder
político do Estado nacionalista como é o Kirchnerista, antagonista na trama, se
confrontado com o neoliberalismo. Cabe destacar os excessos na narrativa, com
maior espaço de enunciados para os grupos midiáticos, definindo suas
estratégias para manutenção do poder, gerando novos pontos de viradas na
narrativa e configurações do narrador na trama, conforme sua configuração dos
personagens. A rigor, pesquisar como a Folha de S, Paulo compõe a narrativa
sobre a política comunicacional argentina na cobertura política sobre o governo Kirchner. A análise foi
realizada em nove reportagens veiculadas no período de agosto a dezembro de
2012, as quais expõem o conflito entre mídia e governo e disputa pela
dissolução do conglomerado Clarín com a implementação da Lei de Mídias. A
metodologia utilizada será a Análise Crítica da Narrativa, de Luiz Gonzaga
Motta (2013) para
quem a narrativa busca compreender como os homens criam representações e
apresentações do mundo, a fim de gerar o sentido no espectador nas
metanarrativas, definidas pelo narrado-jornal, e, assim, legitimar ideologia que se quer hegemônica.
PALAVRAS-CHAVE
América Latina; Argentina; Mídia; Narrativas Jornalísticas; Folha de São Paulo;