As interações entre espécies de presas e predadores são importantes para estruturação das comunidades e para a distribuição das espécies no espaço. Nós investigamos se a ocorrência de predadores estaria correlacionada à presença de presas. Esperamos que nos locais com maior número de presas ocorra maior número de potenciais predadores devido a maior disponibilidade de alimento. Por outro lado, alternativamente, as presas poderiam evitar áreas com elevada abundância de predadores. Dessa forma, no Parque Estadual da Serra Azul (PESA), em 10 parcelas de amostragem foram feitos inventários de: 1) pequenos mamíferos com uso de live traps; 2) mamíferos de médio e grande porte com uso de armadilhas fotográficas e 3) aves utilizando o método de pontos de observação e escuta. Todos os pequenos mamíferos registrados foram considerados presas potencias e como predadores potenciais os mamíferos pertencentes as Famílias Canidae e Felidae e todas as aves de rapina observadas nos inventários. Foram registradas 9,2 ± 6,8 presas por parcela sendo Trichomys laurentius a espécie mais comum. A parcela com maior abundância de presas apresentou 25 indivíduos enquanto aquela com menor, zero. O número médio de predadores por parcela foi 6,9 ± 9,2. A espécie de predador mais frequentemente observada foi Cerdocyon thous sendo que a parcela com maior abundância de presas apresentou 29 indivíduos enquanto aquela com menor, um. O número de predadores foi negativamente correlacionado ao número de presas C=  -0,57. Embora a correlação não seja muito forte sugere que as presas poderiam evitar áreas frequentemente visitadas por predadores. CNPq