Universidade Federal de Mato Grosso

Óleo de pequi modula a interação epitélio-estroma na próstata de gerbilo sob influência de testosterona

1Elisangela Paes Cardoso,2Kallyne Kioko Oliveira Mimura,3Sérgio Marcelino de Oliveira
1ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO,2OUTROS,3ORIENTADOR
ellycardosopaes@gmail.com

RESUMO

A próstata é responsável pela produção de parte do líquido seminal. O desenvolvimento e crescimento dessa glândula são mediados pela testosterona (Te). O desequilíbrio nos níveis desse hormônio pode levar a alterações na interação epitélio/estroma e desencadear o surgimento de desordens prostáticas, como hiperplasia benigna prostática e câncer. Dessa forma, é importante o estudo de substâncias capazes de prevenir/tratar essas lesões. Nesse cenário, o pequi (Caryocar brasilense) se destaca por apresentar propriedades medicinais. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do óleo de pequi no tecido prostático sob influência de testosterona. Para esse fim, gerbilos machos (60 dias de idade) foram divididos em 6 grupos (n=7): Controle, animais intactos; T, administração subcutânea de cipionato de testosterona (1mg/Kg) diluído em óleo de milho, por 90 dias, em intervalos de 48h; T+P, administração diária, via gavagem, de óleo de pequi (1mL/kg) por 120 dias, iniciando no dia 0, e cipionato de testosterona, a semelhança do grupo T, com início no dia 30; P, administração diária de óleo de pequi, por gavagem, durante 120 dias; CT, sham do grupo T; CP, sham do grupo P. Após o sacrifício dos animais, as próstatas foram processadas histológicamente e coradas com Hematoxilina-Eosina, para análise morfométrica, e Picrossírus-Hematoxilina, para avaliação do colágeno. A morfometria mostrou que a Te (grupo T) aumentou significantemente a altura epitelial quando comparado ao grupo Controle, e que o pequi (grupo T+P) reverteu essa situação, apresentando resultado semelhante ao do grupo P. Já os grupos CT e CP apresentaram padrão semelhante ao Controle. A análise qualitativa do colágeno mostrou que a Te (grupo T) promoveu uma redução na quantidade e intensidade das fibras colágenas, principalmente das localizadas na região da membrana basal, quando comparado ao Controle, efeito que foi amenizado pelo óleo de pequi (grupo T+P). Já o colágeno dos grupos P, CT e CP apresentou padrão semelhante ao do Controle. Em conjunto, os dados mostram que as alterações na deposição de colágeno e na altura epitelial da próstata estimulada pela testosterona podem estar diretamente associadas. Além disso, como o tratamento com óleo de pequi foi capaz de reduzir as alterações causadas pela testosterona, sugere-se que essa substância desempenha um papel importante na manutenção da arquitetura tecidual, o que pode melhorar a prevenção de lesões prostáticas.

PALAVRAS-CHAVE

Próstata, testosterona, pequi, colágeno, lesões proliferativas, câncer, gerbilo.