Este estudo se propõe discutir as mudanças ocasionadas na prática docente, a partir dos estudos desencadeados no Projeto de Pesquisa “Organização do ensino na perspectiva da Didática Desenvolvimental”, realizado durante os anos de 2016 a 2019 e que tinha como objetivo principal analisar as contribuições da organização do ensino, na perspectiva da Didática Desenvolvimental, na formação do pensamento teórico dos escolares que frequentam as etapas finais da educação básica e/ou do ensino superior de Barra do Garças/MT. Dentre os objetivos específicos destaca-se: discutir os principais conceitos do materialismo histórico e dialético, da abordagem histórico-cultural e da teoria desenvolvimental e; planejar a organização do ensino, a partir do referencial teórico da didática desenvolvimental. Os estudos aconteceram, semanalmente, nas dependências Campus Universitário do Araguaia/UFMT e contou com quatorze integrantes, sendo 3 acadêmicos, 6 professores da educação básica e 5 do CUA. A metodologia pautou-se nos procedimentos de observação realizada durante o desenvolvimento do projeto e de entrevistas semiestruturadas, com os participantes. Como resultados, destaca-se mudanças significas no processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Fundamentos de Astronomia do Curso Licenciatura em Geografia, com 64 horas. A organização didática propiciou que os alunos, em grupos, diferente do que estavam acostumados, participassem ativamente das ações, operações e tarefas. Vale destacar que, por meio dos conteúdos propostos, os alunos se apropriaram e relacionaram com as práticas cotidianas e, assim, realizaram generalizações mais elaboradas dos fenômenos geográficos. Outra mudança foi a realização da atividade interdisciplinar envolvendo as disciplinas de Fundamentos de Astronomia e Didática Geral, nas quais os alunos elaboraram planos de aula a partir dos conteúdos específicos da Geografia. Assim, acreditamos que a Teoria Desenvolvimental faz a diferença na organização da atividade de estudo, visto que, a maioria dos alunos avaliaram como importante, principalmente porque as aulas não se pautaram em apresentações de slides, com explicação do professor e da passividade dos alunos; os estudos de textos eram mais teóricos, diferente do ‘amontoado’ de leituras e tarefas empíricas que pouco contribuíam para a aprendizagem; de avaliações individuais que requeriam memorização mecânica, sem muito compromisso com a apropriação dos conceitos geográficos, entre outros.