Povos e Comunidades Tradicionais:
Autocuidado no enfrentamento a pandemia de COVID 19
1Neudson Johnson Martinho,2Jean Cardek Paulino Silva,3João Winícius de Souza Barbosa 1COORDENADOR AUTOR,2VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO,3VOLUNTÁRIO DE EXTENSÃO neudsonjm@hotmail.com
RESUMO
O reconhecimento dos povos e
comunidades tradicionais (PCT) no Brasil foi um processo que ocorreu a partir do
final dos anos 80. Sendo que, somente em
2007 o governo brasileiro através do Decreto nº 6040/07 os reconheceu e definiu
como grupos culturalmente diferenciados, que se reconhecem como tais, com formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e
recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social,
religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos gerados e transmitidos pela tradição. São considerados PCT: Caiçaras,
faxinalenses, povos de terreiros, quilombolas, indígenas, ciganos, ribeirinhos,
quebradeiras de coco babaçu. A pandemia os
afetou drasticamente em consequência das vulnerabilidades
a que estão expostos, tais como: habitam em áreas muitas vezes degradadas com falta de saneamento básico e água potável, baixo nível de educação, sem noções de
alimentação segura e dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Com a chegada
da pandemia não puderam continuar a manter sua subsistência com a venda de
artesanatos e produtos da terra, ficando muitas vezes sem terem o que comer e sem uma
assistência efetiva do governo federal, piorando as condições pré-existentes. Com base neste quadro, este trabalho objetiva apresentar quais as ações utilizadas pelos PCT no enfrentamento à COVID- 19. Foram realizados diálogos virtuais com as famílias, seguido da
sistematização de saberes e fazeres à partir das falas apreendidas. Através da efetivação deste projeto de extensão
foi possível identificar como estes povos buscam se autocuidar. Consideramos que o autocuidado nas comunidades tradicionais se legitima por práticas culturais de autocuidado caracterizadas pela produção e uso de remédios caseiros à base de plantas
medicinas, dentre outras. Entretanto, ainda persistem iniquidades sociais que
os PCT não conseguem enfrentá-las, tornando-se necessário mais ações de extensão que fortaleçam as lutas por direitos e políticas públicas diferenciadas para estes povos, impactando na qualidade de vida dos mesmos.
PALAVRAS-CHAVE
Povos e comunidades tradicionais. Pandemia. COVID 19.